quarta-feira, 10 de julho de 2013

Trens e metrô irão funcionar nesta quinta em SP

10/07/2013 21h08 - Atualizado em 10/07/2013 21h12

Trens e metrô irão funcionar nesta quinta em SP, decidem sindicatos

Metroviários optaram em assembleia por não fazer paralisação.
Justiça determinou multa caso funcionários parassem no horário de pico.

Do G1 São Paulo
26 comentários

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu em assembleia na noite desta quarta-feira (10) que não fará paralisação nesta quinta (11), quando haverá uma série de protestos no país no "Dia Nacional de Lutas".
Com a decisão, o sindicato voltou atrás da postura adotada em 4 de julho de aderir à paralisação. Nesta quarta, o Metrô obteve uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que garante o funcionamento com 100% da capacidade no horário de pico, sob pena de multa para o sindicato.
De acordo com o sindicato, uma greve ocorrida em 2007 fora do período do dissídio e que culminou em punições para os trabalhadores pesou na decisão.
Os sindicatos dos ferroviários responsáveis pelas linhas 7, 8, 9, 10, 11 e 12 da CPTM também anunciaram que não vão parar nesta quinta.
Protestos
Os movimentos sindicais e populares planejam uma série de protestos nesta quinta-feira em diversos pontos de São Paulo. Ao menos oito sindicatos de trabalhadores e cinco grupos não ligados a partidos programam greves e passeatas na capital paulista e em municípios da região metropolitana. Os manifestantes podem interromper o trânsito na Avenida Paulista, nas marginais Tietê e Pinheiros e nas mais movimentadas rodovias e estradas estaduais.
  •  
Bloqueios previstos para esta quinta em SP
Horário estimadoVias com possíveis interdições
A partir das 6h Anhanguera (km 2,5), Bandeirantes, Anchieta, Castello Branco, Raposo Tavares (entre km 14 e 18), Fernão Dias, Dutra e Mogi-Bertioga.
A partir das 6h Marginal Pinheiros (Ponte do Socorro), Avenida Jacu-Pêssego, Radial Leste e Marginal Tietê (Ponte do Piqueri).
A partir das 10h Avenida do Estado, Rua 25 de Março e outras vias da região central, Avenida Paulista e Ponte Octavio Frias de Oliveira (estaiada).
A partir das 12h Avenida Paulista, com concentração de protestos na altura do Masp
A partir das 16h Régis Bittencourt e Rodoanel
 A Polícia Militar, que se reuniu com os organizadores dos atos para saber o trajeto estabelecido por eles, informou que haverá aumento do efetivo da corporação nas ruas para reforçar a segurança durante os atos desde o início da madrugada. São 35 pontos onde haverá uma liderança sindical e um oficial da Polícia Militar para acompanhar o protesto.
A manifestação foi convocada há algumas semanas pelas centrais sindicais, principalmente pela internet, para pedir, entre outras coisas, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o fim do fator previdenciário. Os atos são planejados na esteira da onda de manifestações realizadas em junho no país.
Apoio às paralisações
A Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas) informou que sindicatos dos metroviários, bancários, metalúrgicos, funcionários públicos federais, judiciários federais, Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Correios e construção civil “decidiram a favor da paralisação”.
A postura também é compartilhada por integrantes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, que afirmou que irá enviar representantes para integrar os protestos, mas que não deverá interromper a sua operação para não afetar os passageiros do transporte público nesta quinta.
A CSP-Conlutas também informou que deverão estar no movimento representantes da Assembleia Nacional de Estudantes (Anel), do Movimento Passe Livre (MPL), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), do Movimento Sem-Terra (MST) e da Luta Popular.  “Esses setores devem ajudar as paralisações nas fábricas e bancos e engrossar as passeatas e bloqueios de vias e rodovias”, informa nota divulgada.
Já no início da manhã, trabalhadores programam fechar o trânsito da Marginal Tietê e Avenida do Estado na capital. No mesmo período, querem bloquear as rodovias Anchieta, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra e Mogi-Bertioga.
Vias entre a região do Brooklyn Novo e a Avenida Paulista também deverão ter o tráfego dificuldade pelo protesto de motoboys e motociclistas, a partir das 10h. Entre as principais reivindicações do setor estão a redução do valor do DPVAT, mais bolsões de estacionamento e motofaixas e o fim da lei da 404/2012, aprovado neste mês pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que obriga condutores e passageiros de motocicletas no Brasil usarem colete ou jaqueta com airbag.
Paralisações nos transportes
Os terminais rodoviários de São Paulo devem funcionar normalmente, segundo a Socicam, assim como os terminais urbanos, de acordo com a SPTrans.
Paralisação afeta ao menos 15 terminais de ônibus nesta quarta-feira (10) (Foto: Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo)Paralisação afetou terminais de ônibus na quarta
(Foto:Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo)
O ato desta quinta-feira será apoiado pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus, porém eles prometem não interromper a operação. Nesta quarta, 16 terminais chegaram a ser bloqueados por membros da chapa de oposição à atual presidência do sindicato. As eleições da categoria começam nesta quinta, mas não há previsão de novos bloqueios pela chapa de oposição.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) informa que a operação de ônibus metropolitanos ocorrerá normalmente. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou, em nota ao G1, que caso ocorra a paralisação dos metroviários o rodízio municipal de veículos estará suspenso na cidade para as placas de final 7 e 8.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, sugere que a população fique em casa nesta quinta. “Quem não quiser protestar é melhor não sair porque o trânsito vai ficar um caos com a quantidade de protestos que deverá ocorrer para reivindicar melhorias para os trabalhadores”, disse.
Procurado para comentar o assunto, Caio Martins, do Movimento Passe Livre (MPL), disse que a entidade segue em apoio aos protestos relacionados com o transporte. “Em princípio apoiaremos os metroviários e outras entidades que lutam pela redução das tarifas no transporte público em algumas cidades da Grande São Paulo”, disse.
Apoio da PM
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse o estado está se empenhando para evitar bloqueios nos transportes públicos. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberto Meira, informou que já se reuniu com várias frentes sindicais dos trabalhadores. A corporação diz ter recebido os percursos que devem ser feitos pelos manifestantes.
De acordo com Meira, o efetivo da corporação será reforçado desde as 4h. “Nós vamos reforçar o efetivo com policiais das escolas de sargentos, de oficiais, do efetivo administrativo e também dos policiais que estão de folga”.
Segundo o comandante da PM, a Tropa de Choque, que já foi alvo de críticas públicas ao coibir com violência protestos anteriores, estará de prontidão e agirá se houver necessidade.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou na quarta-feira (10) que os principais percursos combinados com a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) em reunião na sede da Secretaria da Segurança, com o secretário Fernando Grella, e o comandante-geral da PM Benedito Meira, foram a Avenida Paulista, e as marginais Pinheiros e Tietê. As vias, porém, não serão ocupadas totalmente, de acordo com a assessoria da PM.
Haverá ainda reforço no efetivo da PM na capital, com alunos da escola de sargento, oficiais e do setor administrativo. O número de policiais envolvidos na operação não foi informado por questões de estratégia e segurança, segundo a assessoria da corporação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário